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Nós para sair do FMI e do Banco Mundial? Como poderia remodelar as finanças globais

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A bandeira dos EUA. (Foto de arquivo)

Uma tempestade está se formando sobre o compromisso de Washington com as instituições financeiras globais, com a ausência do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nas reuniões do G20, alimentando preocupações sobre uma potencial retração americana do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. A perspectiva de os Estados Unidos se afastar dessas instituições está aumentando os alarmes em todo o mundo, informou a Reuters.
Por que o FMI e o Banco Mundial são importantes
Nascido das ruínas da Segunda Guerra Mundial, o FMI e o Banco Mundial foram projetados para estabilizar as economias e evitar conflitos futuros. O FMI atua como um credor de último recurso, fornecendo linhas de vida financeiras cruciais para nações em dificuldades – seja a Grécia durante sua crise de dívida, a Argentina em meio a inadimplências repetidas ou mesmo o Reino Unido em 1976.
Enquanto isso, o Banco Mundial financia os principais projetos de infraestrutura, das ferrovias a energia renovável, e ajuda os países a desenvolver estruturas financeiras. Ambas as instituições são fundamentais para moldar a política econômica e a confiança dos investidores em todo o mundo.
Quem precisa do FMI?
Para muitos países, o apoio do FMI é a diferença entre sobrevivência econômica e colapso. A Argentina, por exemplo, depende do dinheiro do FMI para pagar salários do governo, enquanto países como Sri Lanka e Senegal dependem de programas apoiados pelo FMI para estabilizar suas finanças.
Os investidores também veem um plano de reforma apoiado pelo FMI como um sinal de estabilidade. “O FMI é há muito âncora para investidores da dívida”, disse Yerlan Syzdykov, chefe de mercados emergentes da Amundi, o maior gerente de ativos da Europa. Mesmo nações como a Arábia Saudita usam os benchmarks do FMI ao emitir empréstimos para garantir que seus fundos estejam sendo usados ​​de maneira eficaz.
O que está em jogo se os EUA recuarem?
Uma retirada dos EUA dessas instituições não seria nada menos que um terremoto financeiro global. Washington detém a maior participação no voto no FMI e no Banco Mundial – dando uma voz poderosa na formação de políticas econômicas em todo o mundo, informou a Reuters.
“Se os EUA se afastarem, seria um desastre”, disse Kaan Nazli, gerente de portfólio de dívidas emergentes da Neuberger Berman. A medida deixaria um vácuo de liderança, permitindo que a China expandisse sua influência aumentando sua participação nessas instituições. A China há muito procurou um papel maior em Governança Financeira Globalpressionando por um realinhamento da participação acionária do FMI para fortalecer as vozes emergentes do mercado.
Uma saída dos EUA também pode comprometer as classificações de crédito AAA das instituições, dificultando a concessão de taxas de juros baixos. Além disso, as empresas americanas perderiam o acesso a contratos financiados pelo Banco Mundial, afetando os setores que vão da construção à tecnologia.
O mundo em desenvolvimento está pronto para seguir em frente?
Apesar de seu papel crucial, o FMI nem sempre é recebido de braços abertos. Suas demandas por reformas econômicas – como cortar subsídios a combustíveis ou aumentar os impostos – geralmente desencadeiam uma reação pública. No Quênia, protestos mortais surgiram sobre aumentos fiscais apoiados pelo FMI, e a resposta do fundo à crise financeira asiática de 1997 foi amplamente criticada.
Ainda assim, apenas um punhado de países – como Cuba, Coréia do Norte e Taiwan – escolheu permanecer fora do FMI. A realidade é que, apesar das frustrações, a maioria das nações considera essas instituições indispensáveis.
À medida que a especulação sobre o compromisso dos EUA continua, uma coisa é clara: qualquer retiro americano não apenas abalaria as fundações das finanças globais, mas também entregaria a China uma oportunidade de ouro para remodelar o sistema à sua imagem.



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