A macroeconomia é uma área fundamental das ciências econômicas dedicada ao estudo do comportamento econômico de uma nação como um todo. Focada na análise de dados agregados e nas relações entre variáveis econômicas, essa disciplina ajuda a entender a realidade econômica nacional de forma abrangente.
“O estudo macroeconômico abrange as variáveis econômicas principais em uma sociedade, aquelas que estão mais presentes no cotidiano”, explica Walter Franco, professor de Macroeconomia do Ibmec. Esses indicadores são essenciais tanto para a formulação de políticas públicas quanto para a tomada de decisões no setor de investimentos e consumo. Exemplos incluem o Produto Interno Bruto (PIB), inflação, taxa de juros, câmbio, consumo e desemprego.
Esses índices permitem, ainda, que a economia de um país seja comparada com a de outras nações, sendo possível posicioná-la em um contexto regional e mundial, demonstrando sua relevância.
O Que é Macroeconomia?
A macroeconomia se refere ao estudo dos dados econômicos amplos de uma nação ou região, observando o comportamento desses indicadores ao longo do tempo e as interações entre eles. Esse campo visa a compreensão dos fenômenos que afetam a economia como um todo.
“Essas são as variáveis econômicas fundamentais para o funcionamento de um país”, comenta Marcelo Kfoury, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo. Entre essas variáveis, destacam-se o total de bens e serviços produzidos, o índice de desemprego e o comportamento dos preços no mercado.
Embora o conceito de macroeconomia tenha raízes mais antigas, foi a partir da década de 1930, durante a Grande Depressão, que o campo ganhou importância como área de estudo. Esse período de crise econômica global, desencadeado pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, foi marcado por um alto índice de desemprego e pela instabilidade econômica, o que exigiu novas abordagens econômicas.
Antes desse período, predominava o pensamento econômico liberal, apoiado na teoria da autorregulação do mercado, proposta pelo economista escocês Adam Smith no século 18. Esse modelo considerava que a melhor forma de lidar com crises econômicas era deixar que as forças de mercado encontrassem seu equilíbrio naturalmente, sem intervenção.
No entanto, a depressão econômica severa, o aumento do desemprego e as ameaças à estabilidade financeira levaram a uma mudança de perspectiva. Foi nesse contexto que o economista britânico John Maynard Keynes lançou, em 1936, sua obra “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”. Em seu livro, Keynes argumentava que o governo poderia ter atenuado os efeitos da Grande Depressão através de políticas fiscais mais ativas, ou seja, ampliando os gastos públicos para gerar demanda e, assim, conter a recessão.
Dessa forma, surgiu a escola de pensamento Keynesiana, que defende que o governo possui um papel crucial no combate à recessão econômica. Mesmo que crises e ciclos econômicos negativos não possam ser totalmente evitados, é possível suavizar seus impactos através do aumento de gastos públicos, estimulando a demanda por bens e serviços em momentos de baixa atividade econômica.
Um exemplo recente desse pensamento foram os programas de auxílio emergencial implementados por diversos países durante a pandemia de covid-19. Esses pacotes, além de apoiarem as populações mais vulneráveis, proporcionaram estímulos econômicos em um cenário de recessão e alta taxa de desemprego.
Assim, a macroeconomia não é apenas um estudo teórico, mas uma ferramenta prática e essencial para a compreensão e intervenção no cenário econômico global.