O Brasil está enfrentando críticas crescentes depois de limpar grandes seções da floresta amazônica para construir uma rodovia para o próximo Cúpula climática da COP30programado para acontecer em Belém, uma cidade do norte do Brasil, em novembro.
A rodovia de quatro faixas, projetada para acomodar dezenas de milhares de delegados, incluindo líderes mundiais, provocou preocupações sobre o impacto ambiental em uma das regiões mais biodiversas do mundo.
O projeto da rodovia, proposto pelo governo do estado de Pará há mais de uma década, foi adiado várias vezes devido a preocupações com seu impacto ambiental.
No entanto, com o cume se aproximando, o projeto avançou como parte de um plano mais amplo para preparar Belém para o influxo de visitantes. O estado também está realizando outros grandes projetos de infraestrutura, como expandir o aeroporto, reconstruir o porto para navios de cruzeiro e construir novos hotéis.
O governo do estado defende a rodovia, alegando que será sustentável. Eles apontam para características como ciclovias e travessias de vida selvagem projetadas para ajudar os animais a se mover pela área com segurança. Adler Silveira, secretária de infraestrutura do estado, também destacou que a estrada usaria iluminação movida a energia solar, enfatizando ainda mais suas credenciais ambientais.
Apesar dessas alegações, muitos locais e grupos ambientais estão indignados. Moradores como Claudio Verequete, que vive a cerca de 200 metros da nova estrada, argumentam que a construção está devastando seus meios de subsistência.
Verequete, que uma vez fez a sua colheita viva de Berries Açaí, compartilhou sua frustração com a BBC, dizendo: “Tudo foi destruído. Nossa colheita já foi cortada. Não temos mais essa renda para apoiar nossa família. ”
Os conservacionistas também levantaram alarmes, alertando que o desmatamento poderia prejudicar a vida selvagem e atrapalhar o delicado equilíbrio do ecossistema da Amazon. A região é crucial para absorver dióxido de carbono e preservar a biodiversidade global, e muitos críticos argumentam que a destruição da floresta para uma estrada vai contra o objetivo de sediar uma cúpula climática na área.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Meio Ambiente do país defenderam a cúpula, alegando que proporcionará uma oportunidade única de destacar as necessidades da Amazônia. Lula afirmou que isso será “um policial na Amazônia, não um policial sobre a Amazônia”, focando nos desafios da região e mostrando os esforços do governo federal para proteger a floresta tropical.
À medida que a cúpula se aproxima, o debate sobre a rodovia e seu impacto ambiental são intensificadores, com os críticos questionando se a destruição de parte da Amazônia pode ser justificada em nome de sediar um evento climático global.